– Esta é uma experiência nova na sua vida?
– Sem dúvida. Acho que é uma realidade diferente para mim. Estar na Selecção portuguesa é bom.
– A sua opção pela Selecção portuguesa não é uma forma de mostrar a Felipe Scolari e aos brasileiros que tinha lugar no seleccionado brasileiro, onde não teve qualquer chance?
– Não tenho de provar nada a ninguém. Se jogar no sábado será para vencer e nada disso vai pesar.
– Algum sentimento especial por poder estrear-se na Selecção portuguesa precisamente com o seleccionado brasileiro?
– Vai ser um sentimento diferente jogar contra o país onde nasci. Não deixei de ser brasileiro por me naturalizar português, mas Portugal diz-me muito. Só eu sei o que Portugal representa para mim. Foi neste País que construí a minha carreira.
– Surpreendeu-o esta primeira chamada à selecção nacional?
– Não estava à espera já, mas, depois de me ter naturalizado português, sabia que podia ser convocado a qualquer altura.
– Espera jogar no sábado, no Estádio das Antas?
– Não sei. Vou começar a treinar e se jogar vou fazer tudo para ajudar a equipa portuguesa.
– Durante o processo de naturalização, falou-se de que foi a FPF que lhe pediu para o fazer. É verdade?
– A FPF não pediu nada. A minha naturalização foi uma opção minha, uma coisa natural. Acho que senti que era bem recebido. No Porto, as pessoas falavam-me que era uma opção boa para mim. Apoiaram-me e deram-me carinho e decidi avançar.
– Deixa-o satisfeito o facto de nas sondagens a maioria dos portugueses concordar com a sua naturalização?
– Isso anima-me. O apoio que as pessoas me dão deixa-me tranquilo e com mais vontade. As pessoas entendem que estou na Selecção portuguesa para ajudar.
– Conhece alguma coisa da Selecção portuguesa?
– Toda a gente me disse que tem um bom ambiente.
– Acha que vai integrar-se bem?
– Penso que vai ser uma integração fácil. É como chegar a uma equipa nova.
– O facto de ter-se naturalizado português provocou algumas reacções, nomeadamente por parte de dois jogadores do sector intermediário, casos de Luís Figo e Rui Costa...
– Acho que essas reacções, pelo que entendi, foram apenas opiniões pessoais. Ninguém falou no meu nome. Foi mais a imprensa que interpretou as coisas nesse sentido. Penso que eles assumiram uma posição pessoal sobre determinado assunto, falando em termos gerais. Não disseram especificamente contra mim.
– Admite ter alguma conversa com Luís Figo e Rui Costa, que questionaram a utilização de jogadores naturalizados na Selecção?
– Não vou ter nenhuma conversa especial. Vou falar normalmente como colegas da Selecção. Não há problema nenhum. Sinto-me português. Aliás, sinto-me tão português como brasileiro.
– A sua naturalização como português, ou seja, jogador comunitário, pode facilitar a sua saída do FC Porto no final da época...
– Sem dúvida que em termos pessoais isso é bom. Mas uma coisa é naturalizar-me para jogar num clube e outra é jogar na Selecção. Podia ter-me naturalizado português e recusado representar a Selecção. Foi uma opção natural e minha. A FPF só emitiu um parecer.
– Na eventualidade de se transferir para o estrangeiro, vai voltar à Selecção portuguesa?
– Sou jogador da selecção portuguesa. Não é por jogar no FC Porto que aceitei vir à Selecção portuguesa.
– Já sabe cantar o Hino portugês?
– Já aprendi.
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